
Sempre rabiscando papéis, sempre colocava algum sentimento na ponta do lápis e os transformava em algum verso ou poesia, e quase sempre de dor.
Sempre fingia um sorriso... Todos fingiam que acreditavam nesse sorriso, assim vivia.
Foi em certa noite, sentado no lugar mais obscuro de uma margem, a lua refletida, se banhando no lago... Sentiu uma brisa e com ela um leve perfume, adocicado, marcante. Lentamente levantara sua cabeça e observara a outra margem, seu coração disparara, era ela.
Perguntava-se se era um sonho, mas seu coração lhe dizia que era real. Após um breve piscar de olhos, sentia a respiração dela ao seu lado, suave.
Chegara mais perto. Um leve sussurro em seu ouvido, um outro fechar de olhos, mas dessa vez ela se fora.
A voz dela soou como um chamado. Seu desejo era atende-la. Teria coragem? – Se perguntava.
Não aguentava mais aquele quarto úmido e vazio. Não queria mais saber das poesias que traziam as desagradáveis lembranças.
Ela aparecera no meio do lago, estendendo-lhe a mão. Ele se levantara devagar, não via mais nada além dela. Seu coração se acalmara. Caminhou na direção dela, na direção do lago, sua imagem aos poucos se fundindo a da lua, certo de que aquele seria um novo mundo.
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